CREPÙSCULO:
Nunca pensei muito em como morreria - embora nos últimos meses tivesse motivos suficientes para isso -, mas, mesmo que tivesse pensado, não teria imaginado que seria assim.
Olhei fixamente, sem respirar, através do grande salão, dentro dos olhos escuros do caçador, e ele retribuiu satisfeito o meu olhar.
Sem dúvida era uma boa forma de morrer, no lugar de outra pessoa, de alguém que eu amava. Nobre, até. Isso devia contar para alguma coisa.
Eu sabia que, se nunca tivesse ido à Forks, agora não estaria diante da morte. Mas embora estivesse apavorada, não conseguia me arrepender da decisão. Quando a vida lhe oferece um sonho muito além de todas suas expectativas, é irracional se lamentar quando isso chega ao fim.
O caçador sorriu de um jeito simpático enquanto avançava para me matar.
LUA NOVA:
Parecia que eu estava presa em um daqueles pesadelos apavorantes em que você precisa correr, correr até os pulmões explodirem, mas não consegue fazer com que seu corpo se mexa com rapidez suficiente. Minhas pernas pareciam se mover com uma lentidão cada vez maior à medida que eu lutava para atravessar a multidão insensível , mas os ponteiros do enorme relógio da torre não eram lentos. Com uma força implacável, eles se aproximavam inexoravelmente do fim - do fim de tudo.
Mas isso não era um sonho, e, ao contrário do pesadelo, eu não estava correndo para salvar minha vida; eu corria para salvar algo infinitamente mais precioso. Hoje minha própria vida pouco significava para mim.
Alice dissera que havia uma boa possibilidade de que morrêssemos ali. Talvez fosse diferente se ela não estivesse na armadilha que era a luz do sol intensa; só eu estava livre para correr por aquela praça cintilante e abarrotada.
Eu não conseguia correr com rapidez suficiente.
Então não me importava que estivéssemos cercados de inimigos extraordinariamente perigosos. à medida que o relógio começava a soar a hora, vibrando sob a sola de meus pés lentos, eu sabia que era tarde demais para mim - e fiquei feliz que alguma coisa sedenta de sangue esperasse nos bastidores. Pois, falhando nisso, eu perderia qualquer desejo de viver.
O relógio soou novamente e o sol incidia exatamente do meio do céu.
ECLIPSE:
Todos os subterfúgios que tentamos foram em vão.
Com gelo no meu coração, eu o vi se preparar para me defender. Sua intensa concentração não demonstrava sinal algum de dúvida, embora eles estivessem em maior número. Eu sabia que não podíamos esperar qualquer ajuda - naquele momento, era certo que a família dele lutava pela própria vida assim como ele lutava pela nossa.
Será que um dia eu saberia o resultado desse outro combate? Descobriria quem haviam sidoos vencedores e os perdedores? Eu viveria tempo suficiente para isso?
As probabilidades não eram muito boas.
Olhos negros, selvagens com o desejo feroz por minha morte, esperavam o momento em que meu protetor estivesse distraído. O momento em que eu certamente morreria.
Em algum lugar, longe, muito longe na floresta fria, um lobo uivou.
AMANHECER:
Eu já tive muito mais experiências de quase morte do que era necessário, isso não é exatamente uma coisa a qual você se acostuma.
Isso pareceu estranhamento invevitável, entretanto, enfrentar a morte de novo. Como se eu realmente estivesse marcada pelo desastre. Eu escapei vez após outra, mas ela continuava voltando para mim.
Ainda assim, essa vez era muito diferente das outras.
Você poderia correr de alguém que você teme, você poderia tentar lutar com alguém que você odiasse. Todas as minhas reações foram geradas através desses tipos de assassinos – os monstros, os inimigos.
Quando você amasse aquele que estivesse te matando, isso deixa você sem opções. Como você poderia correr, como você poderia lutar, quando fazer isso poderia machucar aquele seu amado? Se sua vida fosse tudo o que você tivesse para dar ao seu amado, como você poderia não dá-la?
Se fosse alguém a quem você realmente amasse?
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